Case #42 - Seguro e inseguro


A Yasmin tinha-se divorciado recentemente. Ela falou sobre querer ficar madura e distanciar-se mais dos seus pais. Tinha muita emoção nos seus olhos, que eu observei e demarquei, juntamente com várias outras coisas sobre ela - um xaile colorido, missangas em volta do pescoço. Ela disse - 'sinto-me segura consigo'. Eu respondi - 'de algumas formas isso é uma projeção, porque eu sou apenas eu - seguro em muitas formas, em determinado ponto eu posso sentir saudades e assim não ser tão seguro'. Ela achou isto difícil de ouvir, e lembrou-se das suas dificuldades com o pai, e a sua necessidade de clarificar as fronteiras com ele quando se sentia confusa e enebulada. Ela disse que apreciava ser vista por mim...e que era algo de que precisava. Falou sobre a sua dificuldade em ser vista como um elemento separado dos seus pais, e as suas dificuldades em ser amada por eles unicamente de forma condicional, como uma boa menina. Equanto me sentei com ela, reconheci as formas em que podia vê-la no seu ser infantil, com as suas necessidades de aprovação, aceitação e carinho; e, ao mesmo tempo, no seu ser adulto, querendo e precisando de diferenciação, sendo ela mesma, encontando o seu próprio terreno e clarificando as suas fronteiras. Isto foi demoveu-a profundamente, ser vista em ambas as partes e ser mantida por estas ao mesmo tempo. Este foi um dos momentos 'eu-tu'. Falei sobre a forma como, neste local onde me sentia espaçoso, térreo e presente, eu podia criar as condições de segurança para ela ser capaz de sustentar/apoiar/atender e também libertar - encorajando para se mover na sua própria vida, para que nos pudessemos encontrar como iguais. Isto entoou nela em diversos níveis. Eu falei com ela como adulta, reconhecendo ambas as fronteiras entre nós, e a conetividade como duas pessoas que buscam. Depois convidei-a a falar-me do local de criança, a nomear o que queria de mim. Ela disse que o que ansiava do seu pai era o reconhecimento de que ela era importante para ele. Eu disse que estava satisfeito de ter mudado para o modo de 'pai' - eu tenho filhas crescidas...e podia falar desse local para ela. Então falei 'como' o seu pai, dizendo-lhe o quão precisosa ela era para mim. Depois ela pediu para ouvir que ela era amada, independentemente de tudo. Eu retratei isso, declarando que embora pudesse discordar das suas escolhas, ou mesmo não gostar de aspetos dela, que o meu terreno relacional familiar era a ligação de amor. Desta forma, eu podia responder a uma profunda necessidade que ela tinha de ser vista neste local. Na natureza do processo terapêutico, eu não era efetivamente o seu pai, mas o impacto era praticamente o mesmo. Este é o resultado de estabelecer um terreno relacional forte e profundo no processo terapêutico, que assim permite às declarações um efeito transformador. Ela sentiu-se mais completa, e capaz de juntar as suas partes de adulta e criança.

 Posted by  Steve Vinay Gunther